Lula retomou as negociações com partidos em meio à pressão pela aprovação da PEC da Transição
O presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tem afunilado a discussão sobre a composição de cinco ministérios, que estão praticamente certos: Defesa, com José Múcio Monteiro; Fazenda, com Fernando Haddad; Relações Exteriores, com Mauro Vieira; Casa Civil, com Rui Costa; e Justiça e Segurança, com Flávio Dino. Esses nomes ainda passam por uma última rodada de validações políticas, mas devem ser os primeiros a serem anunciados pelo governo eleito.
Lula retomou as negociações com partidos em meio à pressão pela aprovação da PEC da Transição e faz extensa agenda institucional na semana. A escolha de senador Alexandre Silveira (PSD-MG) como relator eleva chance da PEC com R$ 175 bilhões fora do teto.
O presidente eleito quis adiantar em uma semana a diplomação da posse presidencial – do dia 19 para o dia 12 de dezembro. Ele ligou a ideia ao desejo de antecipar nomes para a composição ministerial. A definição completa do ministério só deve sair após a diplomação.
Veja abaixo o perfil dos nomes quase certos para os ministérios:
José Múcio Monteiro (Defesa) – Formado em engenharia civil, é ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-ministro das Relações Institucionais (2007-2009). Foi deputado federal por Pernambuco por cinco mandatos. Elogiado pela capacidade de articulação política, é visto como alguém que tem bom trânsito junto às Forças Armadas, área em que o petista pode ter mais dificuldades. Seria o primeiro civil no comando da Defesa depois de cinco anos.
Fernando Haddad (Fazenda) – Ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, concorreu ao cargo de governador de São Paulo este ano, mas foi derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. Era vice na chapa de Lula em 2018, e virou o candidato a Presidência quando o ex-presidente foi impedido de disputar. Representou o presidente eleito em evento da Febraban, mas foi misterioso sobre a trajetória fiscal a partir de 2023, fonte de inquietação para o mercado financeiro. Não houve, em seu pronunciamento, recados claros sobre a trajetória das contas públicas e nem informações relevantes sobre a PEC da Transição, tema que tem dominado os debates neste período entre o fechamento das urnas e a posse do presidente eleito.
Mauro Vieira (Relações Exteriores) – Um dos mais experientes diplomatas em atuação, foi chanceler no governo Dilma Rousseff. É um dos diplomatas mais próximos do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, conselheiro de Lula para assuntos internacionais. Ocupou alguns dos principais postos no exterior (embaixada na Argentina, em Washington e a representação do Brasil nas Nações Unidas, em Nova York).
Rui Costa (Casa Civil) – Filiado ao PT e economista formado pela Universidade Federal da Bahia, é governador da Bahia, eleito em 2014 e reeleito em 2018. Também foi eleito deputado federal em 2010, mas licenciou-se para assumir o cargo de Secretário da Casa Civil da Bahia, a partir de 5 de janeiro de 2012. É próximo de Jaques Wagner, ex-governador da Bahia.
Flávio Dino (Justiça e Segurança) – Governador do Maranhão até o início deste ano, foi eleito senador pelo PSB na última eleição. Antes de entrar para a política, foi juiz federal de 1994 a 2006. Em 2007, assumiu o cargo de deputado federal. No governo Dilma Rousseff, foi presidente da Embratur.
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