Fundação Casa José Américo expõe obras do poeta lucenense Américo Falcão

Exposição será exibida a partir do dia 22 até 27 de novembro e visa o resgate histórico e valorização da identidade cultural do povo de Lucena. A mesma exposição foi feita no Centro Cultural da Pampulha, em Belo Horizonte, com méritos da curadoria Denise Sales

Denise Sales, historiadora

A Fundação Casa de José Américo, situada na Avenida Cabo Branco, em João Pessoa, será palco no próximo dia 22 da Exposição das Obras Literárias do poeta lucenense Américo Falcão. O evento acontece a partir das 15h, com o apoio da Prefeitura Municipal de Lucena. As obras ficarão expostas até o dia 27, sob a responsabilidade da Curadoria Denise Sales, do Instituto cultural Américo Falcão (ICAF).

Exposição também foi feita em Belo Horizonte

Esta mesma exposição foi feita em Belo Horizonte, no Centro Cultural da Pampulha, em julho deste ano. “Se trata de um resgate histórico e a valorização da identidade cultural do povo de Lucena”, disse Denise. “Américo Falcão faz parte da historia literária paraibana. Era poeta, advogado e jornalista. Publicou seis livros, sendo o último em 1935”, acrescenta.

A exposição denominada “Pintando Poesias” vai além do mergulho na memória do lugar, por meio da vida e obra do ilustre filho da cidade de Lucena-PB, Américo Falcão. Permite conhecer o passado e preservar a memória e a cultura, requisitos para moldar as ações do presente.

Além de Américo Falcão, a exposição “Pintando Poesias”, é composta por Obras de Arte de alguns artistas plásticos paraibanos, retratando poesias. “A exposição busca preservar a memória do filho ilustre de Lucena, permitindo às novas gerações conhecer sua vida e obra, sendo esta a motivação para a propositura  do trabalho ora exposto, diante da necessidade de divulgar a vida e Obra do poeta nascido em Lucena”, afirmou Denise Sales.

Por fim, Denise alegou que “decidimos em um só trabalho divulgar não só as poesias de Américo Falcão, mas, também, os trabalhos de alguns artistas paraibanos, dentre eles André Falcão, Daiane Silva, Dimas Sales, Davi Queiroz, Reginaldo Emídio e Ruth Oliveira”.

 

BIOGRAFIA

Américo Augusto de Souza Falcão nasceu em 11 de fevereiro de 1880, à sombra dos coqueirais da belíssima praia de Lucena, no Estado da Paraíba. Filho de Mariano de Souza Falcão e Deolinda Zeferina de Carvalho Falcão, faleceu em João Pessoa, em 09 de abril de 1942.

Casado, em primeiras núpcias, com Maria Eugênia de Alencar, tendo nascido dessa união uma filha que recebeu o nome de Marluce (nome inspirado no mar de Lucena: mar-luce). Ficando viúvo, em 1912, casou-se com D. Elvira Natália Fernandes, tendo nascido mais quatro filhos: João Leomax, Marlinda Augusta, Durvalina Lucemar e Maurisa.

Américo Falcão fez o curso primário em Lucena e os preparatórios no Lyceu Paraibano, bacharelando-se em Direito pela Faculdade do Recife, em 1908. Exerceu a advocacia por algum tempo e a seguir, ingressou no serviço público e no jornalismo. Dirigiu a Biblioteca Pública e o Arquivo do Estado. Colaborou nos jornais da época, ao lado de Arthur Achiles, Carlos Dias Fernandes, Mathias Freire, Coriolano de Medeiros Álvaro de Carvalho e vários outros nomes de igual relevo.

Colaborava, também, no jornal Nonevar “’Órgão do Amor, da Graça e da Beleza”, primeiro jornal de festa editado na capital e que circulava durante a Festa de Nossa Senhora das Neves, padroeira da cidade.

Américo Falcão era o responsável pela coluna Croquis, onde eram perfilados jovens da sociedade pessoense.

Opinião do acadêmico Humberto Nóbrega sobre Américo Falcão: “Era um artista nato. Sua arte não emergia das lágrimas de outros poetas, mas promanava daquela romântica Lucena, cheia de sussurros e gemidos do velho mar, agitada pelo “leque de coqueiros” eternamente beijada pelos lampejos do luar”. Américo Falcão compunha quadrinhas, sendo a mais conhecida:

“ Não há tristeza no mundo

Que se compare à tristeza

Dos olhos de um moribundo

Fitando uma vela acesa”

Obras publicadas: Náufrago, 1914; Visões de outrora, 1924; A rosa de alençon, 1928; Soluços de realejo, 1934; (dividido em três partes: Harmonias errantes, Visões praieiras e miragens idas).

REFLEXOS DA EXPOSIÇÃO EM BELO HORIZONTE

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