Kim Yong-hyun afirmou que apresentou nesta quarta (4) seu pedido de demissão ao presidente Yoon Suk Yeol após crise causada pela lei marcial. Medida provocou protestos em massa e críticas dentro do próprio governo, e foi revogada pelo Parlamento.
O Ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, pediu desculpas nesta quarta-feira (4) pela crise causada pela lei marcial, decretada pelo presidente Yoon Suk Yeol e rapidamente revogada pelo Parlamento, e ofereceu sua renúncia ao chefe do Executivo, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
“Ofereci minha disposição de renunciar ao presidente, assumindo a responsabilidade por toda a turbulência causada pela lei marcial emergencial”, disse Kim em uma declaração enviada aos jornalistas.
A renúncia do ministro da Defesa ocorre horas após o chefe de gabinete da presidência e dez dos assessores de Suk Yeol também terem entregado o cargo.
As renúncias foram entregues em meio à crise gerada pelo decreto de lei marcial — já revogado —, feito pelo presidente, e que restringia direitos civis. A revogação do decreto ocorreu depois que os deputados da Assembleia Nacional votaram para banir a medida.
Entre os que ofereceram a renúncia, estão Chung Jin-suk, chefe de gabinete presidencial; o conselheiro de Segurança Nacional, Shin Won-sik; e Sung Tae-yoon, chefe de gabinete para política, além de outros sete assessores do primeiro escalão do governo.
Mais cedo, o presidente decretou a lei marcial, que é um dispositivo que restringe o acesso a direitos civis e substitui a legislação normal por leis militares, como limitações e controle da imprensa, da Assembleia Nacional e das forças policiais.
Yoon argumentou que queria “limpar” o país de aliados da Coreia do Norte e fez críticas à oposição. Segundo ele, forças “antiestado” estavam tentando paralisar as funções do governo e desestabilizar a ordem constitucional do país.
“Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestado pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional livre”, disse mais cedo.
Após anunciar que estava revogando a medida, Yoon afirmou que ordenou que as forças militares recuassem e voltou a criticar deputados opositores.
“Peço, entretanto, que a Assembleia Nacional interrompa imediatamente o comportamento ultrajante que está paralisando o funcionamento do país por meio de impeachments, manipulações legislativas e orçamentárias.”
Reação negativa
Deputados de oposição da Coreia do Sul votam para derrubar a lei marcial decretada pelo presidente — Foto: Yonhap via REUTERS
O decreto da lei pegou os sul-coreanos de surpresa e provocou uma série de reações negativas, inclusive dentro do próprio governo.
O acesso à Assembleia Nacional foi fechado após a imposição da lei marcial, e forças especiais da polícia foram enviadas para conter manifestantes. Ainda assim, deputados conseguiram entrar no plenário e fizeram uma sessão de emergência.
A lei marcial foi rejeitada por todos os 190 deputados que participaram da votação. De acordo com a legislação sul-coreana, o presidente deve revogar a medida imediatamente.
Cho Kuk, que é líder de um pequeno partido de oposição, afirmou que irá negociar com as outras legendas a votação de um impeachment contra o presidente. Kuk afirmou que Yoon se mostrou como uma ameaça à democracia e à Constituição.
Já o líder da oposição, Lee Jae-Myung, disse após a votação emergencial que a lei marcial é inválida e que, por isso, qualquer pessoa atuando sob essa medida estaria descumprindo a lei do país.
Enquanto isso, milhares de sul-coreanos foram às ruas para protestar contra a lei marcial. Alguns também pediram a prisão do presidente. Os manifestantes comemoraram assim que receberam a notícia de que a medida seria revogada.
Fonte – Globo
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