Vereador Pessoense Questiona Destino Dos Recursos Arrecadados Através De Multas De Trâ So

Vereador pessoense questiona destino dos recursos arrecadados através de multas de trânsito na Capital

Em pronunciamento na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), nesta terça-feira (8), o vereador Milanez Neto (MDB) expôs dúvidas e preocupações sobre a destinação dos recursos arrecadados através de multas de trânsito. Os critérios adotados para a realização de eventos na Estação Cabo Branco também foram questionamentos pelo parlamentar.

Para Milanez, João Pessoa virou uma ‘indústria de multas’. “Não há um estudo de trânsito para saber os melhores locais para colocar um radar, quais devem ser os limites de velocidade. Parece algo feito exatamente para multar e penalizar”, criticou.

De acordo com o vereador, só em 2025 foram arrecadados mais de R$ 8 milhões em multas de trânsito. “Em 2024 foram aproximadamente R$ 30 milhões. Para onde vai o dinheiro dessas multas arrecadadas? Para quem? Para qual tipo de investimento? Porque, se falarem que vai para a mobilidade urbana, a sociedade não vai acreditar. Em 2024, a empresa responsável pelos radares de João Pessoal, Velsis Sistemas e Tecnologia Viária S.A., recebeu da Prefeitura algo em torno de R$ 15 milhões, ou seja, 50% das multas que o cidadão pagou naquele ano. É justo essa empresa receber esse vultuoso valor para tentar ‘assaltar’ os cidadãos de João Pessoa?”, questionou.

“Só para constar, em 2020, antes do atual prefeito entrar, a arrecadação com multas estava na casa dos R$ 20 milhões. Agora, quatro anos depois, são R$ 30 milhões, ou seja, dez milhões a mais arrecadados na ‘fábrica de multas’. Com esse aumento de multas, o trânsito de João Pessoa melhorou ou piorou? Tem menos ou mais acidentes na nossa cidade? Ou a Prefeitura está arrecadando nosso dinheiro para pagar milhões a essa empresa e não para investir em melhorias para a mobilidade urbana de João Pessoa?”, acrescentou Milanez.

O vereador ainda disse que apresentará um requerimento à Prefeitura e à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) para repoinderem para onde está indo esse dinheiro, por quê os radares estão onde estão e qual o critério da definição de velocidade de cada ponto. “O que existe hoje é uma verdadeira ‘fábrica de multas’, penalizando o cidadão. E esse preço o pessoense não merece pagar”, reforçou.

O Líder do Governo, Odon Bezerra (PSB), rebateu: “Fui advogado de um processo em que o cidadão bateu um carro enquanto estava a 160 km/h. Isso já mostra a necessidade de haver um radar naquela avenida. Mas, quem gosta de ser multado?”.

Para Odon, a educação no trânsito é essencial para evitar acidentes fatais: “Quando fui presidente da OAB fiz uma marcha pela vida, pela educação no trânsito. Enterramos 300 cruzes na praia de Tambaú. Todas essas vítimas foram frutos da velocidade e do desrespeito. [A multa] ainda não resolve, mas minimiza, porque afeta a parte frágil do ser humano, que é o ‘bolso’”.

Carlão (PL) concordou com os questionamentos de Milanez a respeito da destinação dos recursos recolhidos através de multas de trânsito: “A cidade foi impactada por um volume de multas tão avassalador que está atrapalhando a renda familiar das pessoas. A gente precisa que essas informações sejam concedidas à Câmara e à cidade, para mostrar que o que estão pagando de multa é revertido para eles”.

Quanto à Estação Ciência, o líder do governo afirmou que em oito anos do governo passado nem o restaurante do local abriu, e agora estão se incomodando porque ações estão sendo levadas para a área. Marcos Henriques (PT) descordou: “Nós achamos que a Estação Ciência tem o objetivo de promover cultura, mas, hoje, quando você vai lá, não tem nada. Acho que essa forma de usar aquele equipamento tão importante só vem a depreciá-lo”.

Fonte -Ascom CMJP

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