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Na FCJA: seminário homenageia jornalista paraibano pioneiro da causa animal e do feminismo

A Fundação Casa de José Américo (FCJA) realiza, na próxima segunda-feira (21), um seminário em homenagem ao sesquicentenário de nascimento do jornalista, poeta e escritor Carlos Dias Fernandes. Aberto ao público e dirigido a estudantes, o evento está marcado para as 9h, no Auditório Juarez da Gama Batista, no Anexo I, da FCJA, localizada na orla do Cabo Branco, na capital paraibana.

O seminário vai contar com a presença de três palestrantes convidados para falar sobre a vida e a obra de Carlos Dias: a escritora Maria das Graças Santiago, da Academia Paraibana de Letras (APL); o desembargador e também escritor Marcos Cavalcanti; e o pesquisador e escritor Adiel Alves Rodrigues. Marcos e Adiel são naturais de Mamanguape, terra natal do homenageado.

Acompanhados do professor Maximiniano Machado, secretário da Educação de Mamanguape, e do gestor escolar Cássio Marques, estudantes das escolas Ana Cavalcante (Mamanguape) e João Monteiro da Franca (do Bairro dos Novais, em João Pessoa) estarão presentes ao evento.

Carlos Augusto Furtado de Mendonça Dias Fernandes nasceu no dia 20 de setembro de 1874, em Mamanguape (município hoje com pouco mais de 45 mil habitantes, localizado na região da Zona da Mata paraibana e distante a 52 quilômetros de João Pessoa). Lançou mais de 40 livros nos mais diversos gêneros e, além da forte dedicação à literatura e à advocacia, foi um dos primeiros expoentes do vegetarianismo e dos direitos dos animais no Brasil.

Apesar do interesse desde a infância pela literatura, não teve incentivo dos familiares para seguir essa careira. Antes mesmo de trabalhar como jornalista, em 1893, passou pelo Curso de Farmácia (que não concluiu) e se alistou na Guarda Nacional no Recife (PE).

Depois circulou por redações de jornais em São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Pará e novamente em Pernambuco. De volta à Paraíba, chegou a assumir a direção do jornal A União. Carlos Dias também era forte defensor do feminismo quando o assunto ainda nem era debatido pela sociedade.

Publicou obras como ‘Proteção aos Animais’ (1914) e ‘Vegetarianismo’ (1916), entrando em conflito com profissionais da saúde que pregavam a necessidade de comer carne. Sua motivação teria vindo das obras de autores como Liev Tolstói e Jean-Jacques Rousseau. Seus livros mais conhecidos são os romances ‘Fretana’ e ‘Cangaceiros’.

Carlos Dias Fernandes morreu aos 68 anos, em 9 de dezembro de 1942, no Rio de Janeiro. Apesar de ser patrono da Academia Paraibana de Letras, ainda é pouco conhecido fora do estado.

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