O tenente-brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica durante o governo Bolsonaro, disse nesta sexta-feira (9) que aqueles que julgava serem seus amigos foram derrotados por suas ambições. O recado foi dado ao general Walter Souza Braga Netto (PL) em suas redes sociais.
O recado foi dado ao general Walter Souza Braga Netto (PL) em suas redes sociais. Candidato em 2022 a vice-presidente na chapa com Bolsonaro, Braga Netto chamou Baptista Jr. de “traidor da pátria” por considerar que o então comandante decidiu não aderir à trama golpista elaborada pela alta cúpula do governo federal meses antes das eleições daquele ano.
A ofensa ao então comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) foi feita em uma troca de mensagens de Braga Netto com o militar da reserva Ailton Gonçalves Moraes Barros em 15 de dezembro de 2022.
“Já tendo passado dos 60 anos, não tenho mais o direito de me iludir com o ser humano, nem mesmo aqueles que julgava amigos e foram derrotados pelas suas ambições”, publicou o brigadeiro no X (antigo Twitter).
A avaliação de interlocutores de Baptista Jr. é de que a postura do general Braga Netto foi inadmissível e contra os princípios militares de hierarquia e disciplina.
“Senta o pau no Batista Junior [sic]. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feita [sic] e ele fechado nas mordomias. Negociando favores. Traidor da pátria. Daí para frente. Inferniza a vida dele e da família. Elogia o Garnier e fode o BJ”, escreveu Braga Netto a Ailton Barros.
Minutos depois de enviar a mensagem ao militar, Braga Netto encaminhou imagens que debochavam do então comandante da FAB.
Uma delas comparava o brigadeiro ao personagem Batista de “Escolinha do Professor Raimundo”. O meme “cala a boca, Batista” é substituído por “honra a farda, Baptista”. A primeira diz que Batista, o personagem, é humorista. A segunda, questiona se Baptista, o militar, é comunista.
Outra imagem encaminhada por Braga Netto a Ailton Barros mostra uma fotografia do comandante da FAB com um texto em que há um pedido para que o militar não coloque uma estrela, que tinha dentro dela o rosto de Lula, em sua patente.
Em uma outra troca de mensagens com o militar expulso do Exército, Braga Netto encaminha um texto com duras críticas ao general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército Brasileiro.
“Meu Amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, escreveu Braga Netto.
Em resposta, Ailton Barros sugere continuar a pressionar Freire Gomes e, caso insistisse em não aderir ao golpe, afirmou “vamos oferecer a cabeça dele aos leões”. Braga Netto então dá a ordem: “Oferece a cabeça dele. Cagão”.
De acordo com a PF, as conversas “evidenciaram a participação e adesão do investigado Walter Souza Braga Netto na tentativa de golpe de Estado, com forte atuação inclusive nas providências voltadas à incitação contra os membros das Forças Armadas que não estavam coadunadas aos intentos golpistas, por respeitarem a Constituição Federal”.
Fonte – CNN Brasil
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