Professora francesa é agredida por mostrar obra de arte na escola

Alunos agrediram verbalmente e acusaram sua professora de racismo, dizendo que se tratava de provocação por parte dela para atingir os alunos muçulmanos, mostrando-lhes mulheres nuas.

Professores do colégio Jacques-Cartier, localizado em Yvelines, na França, paralisaram suas atividades após uma professora de francês ter sido agredida verbalmente por estudantes ao mostrar à sua turma uma obra de arte na qual havia cinco mulheres nuas.

Trata-se da obra “Diana e Acteon”, do pintor italiano Giuseppe Cesari. A obra ilustra uma passagem das Metamorfoses de Ovídio. Na tela, vê-se Acteon punido por ter surpreendido Diana e suas ninfas nuas: a deusa casta que pune todos os homens que tentam seduzi-la transforma Acteon em um cervo.

Alguns estudantes revoltaram-se então, alegando estar “chocados” com a visão destas cinco mulheres nuas e acusaram a sua professora de racismo, acreditando que se tratava de uma provocação por parte da professora que queria atingir os seus alunos muçulmanos, mostrando-lhes mulheres nuas.

O evento ocorreu em 7 de dezembro. Em 11 de dezembro vários professores do colégio Jacques-Cartier disseram que se sentiam “em perigo” e as aulas foram suspensas.

Logo após esta aula, os alunos participaram de uma reunião durante o qual são discutidos problemas relacionados à vida escolar. Vários alunos do ensino secundário levantaram então a voz, relatando ao diretor que ficaram escandalizados com esta pintura apresentada na aula de francês e que a professora em causa tinha feito “observações racistas.”

A professora apresentou queixa por “difamação” e solicitou proteção funcional.

A diretoria sublinhou que “se estudantes de fé muçulmana estavam efetivamente presentes na aula no momento dos acontecimentos, ainda não está estabelecido que tenham sido precisamente eles que fizeram estes comentários. Em todos os casos, quer estes estudantes sejam de fé muçulmana ou não, estas continuam a ser observações difamatórias”.

Tendo sido apresentada uma queixa, uma investigação poderá em breve ser aberta e os estudantes em causa estarão expostos a sanções.

Fonte – O antagonista

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Marcos Lima

Marcos Lima é jornalista profissional, formado em 1989 pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Trabalhou em praticamente todos os veículos de comunicação na Paraíba, como repórter e também Editor Setorial. Atuou também como Assessor de Comunicação em vários órgãos do Governo do Estado e foi ainda Assessor de Imprensa de vários políticos paraibanos.

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