Nove pessoas foram mortas nesta terça-feira (11) no Equador, atacadas por cerca de 30 homens que chegaram em lanchas e automóveis a um porto de pescadores artesanais na província de Esmeraldas (norte), na fronteira com a Colômbia, informaram as autoridades.
O Ministério Público confirmou no Twitter “o levantamento de sete cadáveres do Porto Pesqueiro Artesanal do cantão [de Esmeraldas] e de outros dois em um centro de saúde vizinho”, que foram levados ao instituto médico legal.
Vídeos difundidos nas redes sociais mostram a população retirando corpos da água e outros estendidos pelo chão de Esmeraldas, capital da província homônima, situada cerca 300 quilômetros ao norte de Quito.
O ataque ocorreu por volta das 09h locais (11h de Brasília), quando mais de 1.500 pessoas estavam no porto da localidade, cuja população é majoritariamente negra e fica às margens do Oceano Pacífico, detalhou o ministro do Interior, Juan Zapata.
“Vamos capturá-los!”, garantiu o presidente Guillermo Lasso no Twitter.
– ‘Represália’ –
“Trinta pessoas fortemente armadas […] efetuaram estes disparos de forma criminosa”, disse o ministro Zapata em entrevista ao canal Ecuavisa.
De acordo com o titular da pasta, o ataque ocorreu porque os pescadores “preferiram a segurança” de uma das quadrilhas organizadas “e, em represália”, um grupo rival abriu fogo.
Os agressores chegaram ao porto em duas lanchas e em um número não determinado de automóveis, segundo a versão oficial.
Um dos táxis utilizados pelo bando foi abandonado no porto, destacou o MP em outro tuíte.
Por sua vez, a Marinha equatoriana anunciou no Twitter a mobilização de efetivos para “intensificar as operações militares por ar, mar e terra” e “localizar” os responsáveis.
Algumas horas depois do ataque, as Forças Armadas apreenderam em áreas próximas “armas não letais, revólveres, motores de popa […] cartuchos, armas brancas”, segundo uma mensagem no Twitter.
O ataque armado ocorreu em meio a um estado de exceção decretado pelo presidente Lasso em 3 de março para mitigar os altos índices de violência e criminalidade na empobrecida província de Esmeraldas.
Localizado entre a Colômbia e o Peru – principais produtores de cocaína do mundo -, o Equador enfrenta um aumento do narcotráfico e das mortes violentas.
A taxa de homicídios no país quase dobrou no último ano, passando de 14 por 100.000 habitantes em 2021 para 25/100.000 em 2022.
– Estados de emergência –
A província turística de Esmeraldas é considerada pelas autoridades como um dos lugares com “os mais altos níveis de insegurança do país”.
No fim de março, a polícia encontrou lá três cabeças dentro de sacolas pretas, uma delas de um adolescente. Segundo os militares, eram pessoas vinculadas a organizações criminosas.
Localizada em um ponto estratégico do Pacífico, Esmeraldas serve de corredor para escoar a droga que segue rumo a Europa e Estados Unidos, assim como outros portos do país.
“Em três semanas foram apreendidas aqui 1,2 tonelada de droga”, disse Zapata, que atribuiu o ataque à “disputa entre gangues, à disputa por território”.
Em 2021, o Equador apreendeu o recorde de 210 toneladas de droga, enquanto no ano passado, as apreensões superaram as 200 toneladas. Neste ano de 2023, já são quase 50 toneladas confiscadas.
A província está sob estado de exceção pela segunda vez em menos de seis meses, o que implica um toque de recolher e a mobilização da força pública.
Em novembro, uma represália de grupos criminosos por causa da transferência de presos, que incluiu a explosão de carros-bomba e enfrentamentos nas prisões, levou Lasso a declarar por 60 dias o estado de emergência em Guayas, Santo Domingo de los Tsáchilas e Esmeraldas.
Atualmente, estão sob essa medida restritiva as províncias costeiras de Santa Elena e Los Ríos, e as cidades de Guayaquil, Durán e Samborondón (Guayas).
Fonte – https://www.msn.com/
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